quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Dia de São Valentim

UMAR Açores assinala dia dos Namorado/as
 
 

 
No passado dia 14 de Fevereiro, dia dos Namorados, a convite da Equipa de Saúde Escolar da Escola Básica Integrada de Angra do Heroísmo, a UMAR Açores desenvolveu uma acção de prevenção da violência no namoro na referida escola. Foram distribuídos panfletos informativos sobre esta problemática, assim como corações autocolantes com mensagens alusivas ao tema, pela comunidade escolar (alunos/as, professores/as e auxiliares). Simultaneamente, realizou-se a projecção e debate de um pequeno filme / documentário com testemunhos reais de jovens vítimas de violência no namoro. Com as turmas que assistiram ao filme debateram-se questões como a necessidade de respeitar o outro e a sua privacidade, os efeitos negativos do ciúme e do controlo, a importância da confiança e da aceitação da outra pessoa tal como é. No final ficou o apelo: caso conheçam alguém que esteja a passar por uma situação destas, aconselhem a procurar ajuda, quer seja vítima, quer seja agressor/a!
 
Publicado na Página IGUALDADE XXI no jornal Diário Insular de 26 de Fevereiro de 2014.
 

Pressões do mundo laboral e desvalorização da participação paterna pelos empregadores

 
As licenças parentais por parte dos homens
 
 
 
Os constrangimentos impostos pelo mercado de trabalho são evocados, de forma recorrente, para explicar a subutilização das licenças parentais por parte dos homens.
Apesar de a lei e a sociedade tenderem a reconhecer progressivamente a necessidade e a importância do envolvimento da figura paterna na vida dos seus filhos e das suas filhas, a verdade é que muitos homens partilham a percepção de que não podem usufruir destes direitos.
Existe a possibilidade do benefício de licenças e baixas associadas ao desempenho parental, mas são poucos os homens que sentem que têm espaço, nos seus empregos, para usufruir destes direitos consagrados na lei.
Evidenciam-se obstáculos e constrangimentos associados ao desempenho envolvido da paternidade e observam-se tensões e pressões colocadas sobre os homens para que não usufruam dos direitos previstos na lei.
São identificáveis algumas especificidades relacionadas com o tipo de vínculo laboral, reconhecendo-se que vínculos precários e instáveis inibem a opção dos homens de gozarem estas licenças.
Os níveis de pressão, associados a diferentes contextos de trabalho, revelam a ideia de que o meio empresarial é mais adverso ao gozo deste tipo de licenças do que o emprego público.
A percepção de que os homens sofrem mais pressões do que as mulheres para não gozarem as licenças associadas ao nascimento dos seus filhos e das suas filhas é uma evidência. Estas pressões aparecem associadas à ideia de que o papel do pai no cuidado das crianças, nos primeiros tempos de vida, é desvalorizado e secundarizado em relação ao papel da mãe.
A mãe é vista como indispensável e insubstituível e a presença do pai é frequentemente entendida como secundária. O pai é visto, no máximo, como tendo um papel de suporte e não enquanto protagonista dos cuidados das crianças.
Apesar de as mudanças importantes que se observam no lugar das mulheres na sociedade e no lugar dos homens na família, persiste uma divisão estereotipada dos papéis atribuídos a umas e a outros. Há diferentes expectativas relativamente ao papel dos homens e das mulheres no exercício das funções parentais. O reconhecimento da persistência de valorizações diferenciadas, relativamente à importância da presença de cada um dos progenitores, é incontroversa.
 
Fonte: Projecto “Papá dá licença? Por uma parentalidade partilhada”
 
Publicado na Página IGUALDADE XXI no jornal Diário Insular de 26 de Fevereiro de 2014.
 
 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Violência sobre idosos

 
O Sr. Manuel vive com o filho e a nora na casa destes. Tem 78 anos de idade e padece de diabetes, sendo insulino-dependente, com uma periodicidade de três injecções diárias.
Para poder beneficiar de uma atenção constante, principalmente no que concerne à doença crónica de que padece, passou a residir com o filho e a nora, tendo sido pressionado por estes para vender a sua casa.
Depois que concordou com a venda da casa e passou a residir definitivamente com o seu filho e nora estes passaram a ser negligentes, não só relativamente à ajuda com a sua higiene diária, mas e principalmente na aplicação das injecções de insulina, que tinham a sua periodicidade (três vezes ao dia).
Várias vezes foi hospitalizado, devido às falhas nas injecções de insulina de que estava a ser vítima.
Mais recentemente, o Sr. Manuel depois da última ida ao hospital, falou com o filho, queixando-se exactamente das falhas da insulina e da falta de apoio na sua higiene diária.
O filho desculpou-se com a falta de tempo, pois tanto ele como a mulher trabalhavam fora e nem sempre tinham disponibilidade para cumprir com as suas exigências. O Sr. Manuel então sugeriu, que falassem com a Casa de Povo da sua freguesia, para estes se deslocaram à residência de ambos, para pelo menos lhe cuidarem da sua higiene e lhe poderem auxiliar  numa toma de insulina.
O filho negou tal assistência, pois não queria estranhos na sua casa.
No entanto, o Sr. Manuel tomou a iniciativa de contactar telefonicamente com a referida Casa de Povo, que se mostrou de imediato disponível para o que fosse necessário.
Nesse mesmo dia confrontou o filho, com a disponibilidade demonstrada pela mencionada Casa de Povo, tendo o filho ficado muito exaltado e aos gritos disse ao pai que o proibia de telefonar para onde quer que fosse, tendo inclusivé passado a fechar à chave o quarto onde estava o telefone fixo.
Como o Sr. Manuel não possuía telemóvel, ficou impossibilitado de contactar com o exterior.
Os vizinhos moravam a alguma distância, que o Sr. Manuel devido à sua idade e doença, não conseguia percorrer sozinho.
Certo dia, depois do jantar, resolveu falar com o filho e com a nora, tentando chamá-los novamente à razão, pois as injecções de insulina continuavam a falhar e nova ida para o hospital seria apenas uma questão de tempo. Lembrou-lhes então, que com a sua pensão de 600,00 € (seiscentos euros), podia pagar a uma pessoa, com alguns conhecimentos de enfermagem, que estivesse com ele pelo menos da parte da tarde.
De salientar, que a pensão estava a ser gerida pelo filho, sem prestar qualquer satisfação ao pai e sem que este tivesse acesso a qualquer dinheiro.
O filho então começou a maltratá-lo verbalmente, chamando-o de ingrato, velho tolo, que não passava de um inútil, que tinha muita sorte de não estar num lar como os outros ou mesmo viver na rua e terminou dando-lhe uma bofetada, que o atingiu na face direita,  o que o desiquilibrou provocando a sua queda no chão.
Como resultado da actuação do filho, o Sr. Manuel ficou com um hematoma na face direita e como caíu sobre o lado esquerdo, com vários hematomas no braço e perna esquerdas e com muitas dores.
No dia seguinte, o Sr. Manuel com muita dificuldade dirigiu-se à janela e ficou à espera que passasse alguém que o pudesse socorrer.
Por volta das onze horas da manhã, passou o carteiro e o Sr. Manuel fez-lhe sinal que entrasse. O carteiro então aproximou-se da casa, tendo o Sr. Manuel aberto a porta, para aquele entrar.
Então contou tudo o que se tinha passado ao carteiro, tendo este se disponibilizado de imediato para o ajudar, começando por chamar a ambulância, tal era o estado do Sr. Manuel.
Depois de receber o tratamento devido, o carteiro levou o Sr. Manuel à P. S. P. de Angra do Heroísmo, pois este pretendia apresentar queixa.
Este é um caso fictício. Mas nos dias de hoje, existem casos semelhantes e ainda mais graves, de violência sobre os idosos e de total abandono e desinteresse por parte dos filhos em relação aos pais. Estas situações devem ser combatidas e estes comportamentos denunciados e severamente punidos.
 
                       Xénia Leonardo Jurista da UMAR Açores
 
 
Publicado na Página IGUALDADE XXI no jornal Diário Insular de 5 de Fevereiro de 2014.
 
 


Mensagem para as/os preocupadas/os

 
“Thich Nhat Hanh, o monge e filósofo budista de origem vietnamita, utiliza, como metáfora para ilustrar o conceito da consciencialização, o acto de beber uma boa chávena de chá. É preciso estar cem por cento desperto no presente para apreciar o chá, pois só com a consciência do presente é que as mãos podem sentir o calor agradável da chávena; só no presente se pode apreciar o aroma, saborear a doçura e sentir a delicadeza do chá. Se você estiver a pensar no passado ou preocupado com o futuro, não será capaz de viver a experiência de apreciar essa chávena de chá. Quando baixar os olhos para a chávena, já o chá terá desaparecido.
A vida segue este mesmo princípio: se você não estiver cem por cento desperto no presente, quando olhar em volta já a vida terá passado. E você terá perdido a sensação, o aroma, a delicadeza e a beleza da vida. Ficará com a sensação de que a vida passou por si a voar.
O passado terminou, está acabado. Tire as lições que tiver de tirar e liberte-se do que já lá vai. Quanto ao futuro, ainda nem sequer chegou – é claro que deve fazer planos, mas não perca o seu tempo a preocupar-se com o que está para vir. Preocupar-se é um desperdício de tempo e energia. Quando parar de se concentrar naquilo que já passou e naquilo que poderá nunca acontecer, então você estará no momento presente. E então é que você começará a sentir a alegria de viver.”
 
(Brian Weiss, Meditação)
 
* Carpe Diem – Aproveita o momento!
 
Publicado na Página IGUALDADE XXI no jornal Diário Insular de 5 de Fevereiro de 2014.