segunda-feira, 17 de junho de 2013

Crescer Sem Discriminar

 
Programa de sensibilização da UMAR Açores

 
Crescer Sem Discriminar é um programa de intervenção / sensibilização que está a ser implementado na ilha Terceira desde Setembro de 2010 pela UMAR Açores / Cipa.
Orientado para diferentes contextos desde o ensino básico ao secundário, passando pelo técnico profissional, pretende-se sensibilizar o/as jovens estudantes para a não discriminação em função da deficiência, etnia/cultura, género e orientação sexual.
Planeado para quatro sessões de 60 ou 90 minutos cada, o programa é realizado parcial ou integralmente em função das necessidades das instituições que o solicitam.
Ao longo dos últimos dois anos e meio realizaram-se 273 sessões de sensibilização nas escolas Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade, Secundária Vitorino Nemésio, Básica e Secundária Tomás de Borba, Básica e Integrada Francisco Ornelas da Câmara, Básica e Integrada dos Biscoitos, EB 1,2,3/JI de São Sebastião – Francisco Ferreira Drummond, EB/JI de Santa Bárbara, EB/JI das Doze Ribeiras, EB/JI da Conceição, EB/JI de São Mateus, EB/JI do Posto Santo, EB/JI das Fontinhas, EB/JI da Fonte do Bastardo, EB/JI do Porto Judeu, EB/JI de São João de Deus, EB/JI da Carreirinha, EB/JI do Porto Martins, EB/JI de Santa Rita, EB/JI da Casa da Ribeira e creche jardim-de-infância “O Ninho” na freguesia do Porto Judeu.
As temáticas trabalhadas foram a igualdade de género (105 sessões), a não discriminação em função da orientação sexual (69 sessões), a não discriminação em função da deficiência (53 sessões) e a não discriminação em função da etnia e cultura (46 sessões).
Foram alvo de intervenção 3631 estudantes, 1828 do sexo feminino e 1803 do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 3 e os 21 anos, de diferentes graus de ensino, nomeadamente do 2º ao 12º anos de escolaridade, turmas Profij e Uneca, bem como turmas de Oportunidades níveis I, II e III.
Para saber mais informações sobre este programa pode contactar a UMAR Açores no Edifício da Recreio dos Artistas na Rua da Rosa 1º Andar em Angra do Heroísmo ou através do telefone 295 217 860 ou e-mail umarterceira@gmail.com
 
Publicado na Página IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular de 15 de Junho de 2013.
 

Os homens pais


Actualmente, os homens pais revelam alguns comportamentos e opiniões que ilustram saudáveis transformações no âmbito das responsabilidades masculinas. Contudo, muito do discurso e atitudes ainda se alicerçam no modelo patriarcal, onde alguns homens continuam a entender o seu papel de pais apenas como responsáveis pelo que é material e moral na família, esquecendo-se demasiadas vezes, da necessidade de partilhar, com as mulheres, as restantes responsabilidades com o/as filho/as.

Desta forma acabam por perpetuar o modelo tradicional, orientando o trabalho masculino para a produção e o feminino para a reprodução biológica. Na prática, nem todos reconhecem que ao longo do processo educacional do/as filho/as, a proximidade física e afectiva do pai é extremamente importante.

Observam-se contudo “paternidades” mais envolvidas afectivamente nos cuidados prestados, indicador de que muitas das relações familiares actuais têm vindo a modificar qualitativamente o significado do ser pai. Esta realidade, ainda distante do desejável, indica algumas mudanças positivas na qualidade das relações parentais, bem como na vivência de uma “nova” masculinidade, abdicando assim do modelo dominante de masculinidade e paternidade que implica prejuízos nas relações entre homens e mulheres e consequentemente entre pais e filho/as.

Por outro lado, para que se adopte uma parentalidade mais participativa, também é necessário reajustar mentalidades, responsabilizando e incentivando os pais a participarem mais activamente na prestação de cuidados aos/às filho/as, proporcionando-lhes assim experiências mais afectivas. O ser pai deve ocupar um lugar substancialmente diferente do actual nas questões relacionadas com o trabalho, a educação e a saúde.

A necessária mudança terá de passar, inevitavelmente, por um novo paradigma social, rompendo com o passado, de forma a acelerar um processo que a todo/as beneficiará enquanto sociedade. Desta forma poderemos contribuir para alcançar relações mais igualitárias entre mulheres e homens, alterando positivamente as gerações futuras.

Publicado na Página IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular de 15 de Junho de 2013