quarta-feira, 27 de março de 2013

Declaração da Marcha Mundial de Mulheres para o 8 de março de 2013


“Nós, mulheres de todos os povos, idades, classes e sexualidade, resistiremos à crescente criminalização que pesa sobre nós e os nossos protestos e propostas. As ruas e os demais espaços públicos são nossos! Organizamo-nos em movimentos sociais, sem nos sujeitarmos à pressão para que nos confinemos ao espaço doméstico. Seguimos em luta por leis progressistas que reforcem nossos direitos reais, apesar da violência dos governos e das instituições religiosas com as quais nos deparamos. Todas somos mulheres resistindo e celebrando os avanços que vamos obtendo. Somos todas mulheres filipinas celebrando o avanço da lei de saúde reprodutiva!

Dizemos “Basta” à violência contra nós mulheres! Uma vez mais tomamos a iniciativa e as ruas para protestar contra todas as formas de violência e a sua banalização em nossas sociedades. Denunciamos a violência como elemento estrutural do sistema patriarcal, neocolonialista e capitalista e instrumento de controle de nossas vidas, nossos corpos e de nossa sexualidade. Todas somos mulheres da Índia e do Bangladesh fazendo frente aos estupros e à violência, assim como à impunidade dos agressores. Todas somos mulheres maias rompendo o silêncio dos tribunais e exigindo justiça! Todas somos mulheres moçambicanas na vitória da luta pela aprovação da lei de violência doméstica!

Nós, mulheres indígenas seguimos lutando, mobilizando-nos em massa em nível local e internacional. Usando de forma criativa os instrumentos de luta de que dispomos, exigimos dos nossos governos que respeitem nossos direitos e os dos nossos povos e territórios. Todas somos mulheres B’laan das Filipinas, mulheres maias, xincas e mestiças guatelmatecas defendendo nossos territórios – nossas terras e nossos corpos da indústria mineira e hidroelétrica! Todas somos militantes de Idle no More e todas somos mulheres dos povos originários do Canadá, fazendo frente à discriminação e às injustiças históricas contra os povos autóctones!

Nós, meninas e jovens resistimos às ofensivas do patriarcado em nossas próprias famílias – onde as ideias de “apropriado” e “correto” restringem os nossos movimentos – e na sociedade em geral - onde o acesso à educação, à saúde reprodutiva e à saúde pública nos é negado ou limitado. Seguimos desafiando estas restrições organizando-nos, debatendo, mobilizando e dando respaldo às nossas batalhas. Seguimos dando dinamismo à nossa luta. Todas somos jovens paquistanesas indo à escola apesar das ameaças físicas que enfrentamos! Todas somos estudantes chilenas gritando “não” à privatização do sistema educativo e exigindo uma educação gratuita e de qualidade!

Nós, feministas, seguimos lutando pela autonomia dos nossos corpos, nossa sexualidade e fertilidade. Exigimos a legalização do aborto naqueles países onde ainda somos criminalizadas por exercer o direito de não ser mãe. Não aceitamos retrocessos em matéria de aborto nem de direitos reprodutivos, conseguidos nas nossas lutas das últimas décadas. Todas somos as milhares de mulheres da Turquia, insurgindo-nos contra as acusações governamentais que nos classificam de assassinas! Somos todas jovens europeias lutando contra as ofensivas sobre o direito ao aborto em todo o continente! Todas somos mulheres uruguaias, celebrando a legislação sobre o direito ao aborto no país, mas ao mesmo tempo mantendo-nos alertas frente ao controle em relação às mulheres que desejam exercer este direito e perante possíveis restrições ao mesmo!

Nós, activistas em sindicatos e partidos políticos desafiamos o sexismo e a misoginia manifestados por nossos irmãos de luta, pressionando permanentemente a introdução do nosso feminismo anticapitalista e anticolonialista e de base nos debates, declarações e lutas. Coletivamente, seguimos reforçando-nos, reforçando nossas alianças e reivindicações feministas. Todas somos mulheres nos espaços de convergência dos movimentos sociais – por exemplo, o Florença 10+10, Itália – afirmando nossas análises e reivindicações feministas!

Nós, todas as mulheres, somos cada vez mais rebeldes face à ofensiva conservadora e fundamentalista e à militarização de nossas comunidades. Somos todas mulheres do Mali, desafiando a opressão islâmica ao andar de moto, ao deixar nossos lares para desenvolver nossa vida diária nos espaços públicos e ao lutar contra as violações, a violência sexual e a impunidade dos agressores!

Todas somos europeias, desafiando os nossos governos a fazer frente às medidas de austeridade! Todas somos egípcias desafiando as ameaças graves de violência sexual cada vez que vamos protestar na Praça Tahrir! Todas somos mulheres da Tunísia lutando pelo cumprimento das reivindicações da revolução – trabalho, liberdade, dignidade e cidadania – e contra as tentativas de impor mecanismos de discriminação às mulheres desde a tenra infância (o pré-escolar não misto, o uso do véu no pré-escolar e a incitação ao casamento precoce)!

Nós, mulheres da Marcha Mundial das Mulheres estamos marchando neste 8 de março de 2013, como milhares de nós fizemos nas 24 Horas de Ação Feminista Através do Mundo, a 10 de Dezembro.

Numa onda de ação em todos os continentes estamos transformando a nossa dor em fortaleza.”
 
Marcha Mundial das Mulheres
 
 
Publicado na Página IGUALDADE XXI no jornal Diário Insular de 26 de Março de 2013
 

8 de Março Dia Internacional da Mulher

Sessão de esclarecimento na casa sindical
União de Sindicatos de Angra do Heroísmo - 8 de Março de 2013
 
No âmbito do plano de actividades da UMAR Açores / CIPA – Delegação da Ilha Terceira para o ano de 2013 e em parceria com a União de Sindicatos de Angra do Heroísmo foi assinalado o Dia Internacional da Mulher. A iniciativa realizada consistiu numa sessão sobre igualdade de género e de oportunidades entre mulheres e homens, dirigida a delegados/as sindicais e público em geral e dinamizada pela jurista da associação, Dr.ª Xénia Leonardo. 

Esta data foi também tema da segunda noite de “Salgada Cultura” de Março, iniciativa da Oficina d’Angra – Casa do Sal, para a qual a Delegação foi também convidada. Participou a Dr.ª Sara Sarroeira, membro da direcção da Associação, que abordou a história do feminismo e da luta pelos direitos das mulheres em Portugal, assim como o trabalho desenvolvido pela UMAR Açores.  

Publicado na Página IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular de 26 de Março de 2013
 
 

quarta-feira, 6 de março de 2013

Dia Internacional da Luta pela Eliminação da Discriminação Racial - 21 de Março



A UMAR Açores / CIPA em parceria com a AIPA – Associação dos Imigrantes nos Açores, convida-o/a a participar na iniciativa a assinalar o Dia Internacional da Luta pela Eliminação da Discriminação Racial 21 de Março 2013.

De 21 a 28 de Março de 2013 coloca uma flor (*) e um bilhete com uma mensagem contra o racismo / xenofobia (**) num transporte público de Angra do Heroísmo ou Praia da Vitória (ex: minibus) à tua escolha.

Fotografa este gesto e envia-nos a fotografia para
aipa.terceira@aipa-azores.com

Faz-nos saber quanto/as somos!!!

Todas as fotografias enviadas serão encaminhadas para o endereço
http://www.facebook.com/events/515552841816923/


(*) A flor poderá ser natural, artificial, de papel, desenhada… tu decides!
(**) O bilhete poderá ser escrito à mão, em papel de rascunho… o que conta é o gesto!

No bilhete para além da tua mensagem contra o racismo / xenofobia, coloca o endereço do evento no facebook:

e pede para que a pessoa repita o gesto, colocando uma flor e um bilhete com uma mensagem contra o racismo, até ao dia 28 de Março, num transporte público à escolha dela e que nos envie fotografia da sua flor e bilhete para
 


Participe e ajude-nos a divulgar.
Obrigada


8 de Março - Dia Internacional da Mulher

 
 
 
No âmbito do plano de actividades da UMAR Açores / CIPA – Delegação da Ilha Terceira para o ano de 2013 e em parceria com a União de Sindicatos de Angra do Heroísmo, assinala-se no próximo dia 8 de Março (sexta-feira) o Dia Internacional da Mulher.
 

Pela manhã, nas instalações da União de Sindicatos de Angra do Heroísmo, decorrerá um encontro sobre igualdade de género e de oportunidades entre mulheres e homens orientado para delegado/as sindicais e público em geral, da responsabilidade da jurista da associação.
 
 
Pelas 20:30 Horas
Participação da Dra. Sara Sarroeira (membro da direcção da UMAR Açores) na noite de SALgada Cultura, a realizar na próxima sexta-feira, dia 8 de Março, na Casa do Sal sede da Oficina d'Angra, através de uma apresentação da história do feminismo e da luta pelos direitos das mulheres em Portugal, bem como do trabalho da UMAR Açores.
Pretende-se actuar para a mudança de consciências, neste ciclo mensal de Saberes & Consciência proposto pela Casa do Sal / Oficina d'Angra.
Os eventos SALgada Cultura têm o intuito de divulgar a cultura, estimular a criatividade e, acima de tudo, promover a partilha de ideias. O objectivo passa por dar aos terceirenses (e visitantes!) um espaço tranquilo onde o debate e a troca -- com respeito -- são incitados, e em que nenhum assunto é considerado demasiado trivial ou polémico.

Para este dia está planeada uma apresentação da responsabilidade de Fernando Nunes, um dos coordenadores da jornal FAZENDO [http://fazendofazendo.blogspot.pt/], uma publicação Faialense "comunitária, não lucrativa e independente". Trata-se de uma apresentação de slides que documentam a visita do/as artistas plásticos Tereza de Arriaga e Jorge Oliveira aos Açores em 1972. Incidindo esta mostra sobre os slides relativos à Ilha Terceira. Fernando Nunes explicará o conteúdo e dará notas biográficas sobre a artista. A exposição terá ainda acompanhamento musical ao vivo da responsabilidade de Paulo Cunha.

Tereza de Arriaga, neta de Manuel de Arriaga, primeiro presidente eleito da República Portuguesa, teve uma vida político-social activa, não descurando os direitos das mulheres, tendo sido mesmo detida pela PIDE e encarcerada na prisão de Caxias por pertencer ao Movimento das Mulheres Portuguesas.