sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

BOAS FESTAS




A Equipa da Delegação da Ilha Terceira da UMAR Açores / CIPA

deseja-lhe um
 
Bom Natal

e um excelente
 
Ano de 2013
 

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Destaque do Mês de Dezembro de 2012

Paula Lima
“Cada palavra de alguma importância é potencialmente o ponto de interação de um número infinito de histórias (…) Este facto demonstra a riqueza da língua (…) mas também uma fonte inesgotável de incompreensão, de mistificação de manipulação. (…) a história surge sempre num contexto social e cultural. Isto significa paralelamente a uma determinada história existem outras histórias, nas quais a função da primeira é analisada criticamente no seu contexto.” (Nijk 1978, pp.115 e 180)

Paula Maria Ficher Lima, de 41 anos de idade, natural da freguesia de São Mateus, foi a primeira mulher motorista de pesados de passageiros na Empresa de Viação Terceirense, na qual trabalha há 7 anos.
Aos 30 anos, a motorista dos minibus travou durante 4 anos um longo percurso até conseguir chegar ao seu local de trabalho, como a própria refere, “quando cheguei á EVT, houve uma grande admiração quando pedi a inscrição e referi que esta era para mim, disseram-me que não tinha experiência e que até ao momento nunca tinham contido para trabalhar na empresa como motorista uma mulher. Ao longo de 4 anos vi a entrar pessoas com experiencia igual à minha e, sempre que me dirigia à empresa para saber da minha situação era sempre referido a minha falta de experiência. Foi um percurso complicado mas com persistência e pressão de certa forma da minha parte, após quatro anos de espera aceitaram-me e foi assim, que consegui vencer esta batalha”.
A 21 de Junho de 2005, Paula Maria Ficher Lima com 34 anos de idade, finalmente torna-se a primeira mulher a entrar para a EVT como motorista de pesados de passageiros, mas refere, que trabalhar num “mundo” maioritariamente masculino não é fácil, “pois, se já é difícil quando se é novo num trabalho, então quando se é mulher, mais difícil se torna, mas, com cuidado no diálogo, na perseverança e na exigência do respeito, consegue-se afirmar o nosso espaço entre os outros. Desta forma, à que saber ouvir quem está há mais tempo na profissão, aceitando as suas opiniões, ainda que estas sejam divergentes das minhas e, é deste modo, que deixam de ver-me de certa maneira como mulher e, passam a olhar como “um” colega cuja, a profissão é a mesma”.
Afirma, que apesar de ser a primeira mulher a trabalhar como motorista na EVT, foi bem recebida pela empresa e principalmente pelos passageiros, lembra-se da curiosidade e admiração das pessoas, referindo que,“faziam imensas perguntas e, muitas mulheres davam-me os parabéns, por ser a primeira mulher motorista, era um orgulho, diziam elas”.
Segundo a entrevistada, uma das suas principais dificuldades foi a farda, “sendo esta masculina tive de adaptá-la e até, de certo modo, criar a minha própria farda de acordo com os padrões exigidos pela EVT, tentando de certo modo torná-la mais feminina”.
No exercício da sua profissão nunca sentiu que a sua credibilidade fosse colocada em dúvida mas, infelizmente, já se sentiu muitas vezes discriminada por ser mulher, referindo que, “é pena que na nossa sociedade as mulheres sejam ainda discriminadas, uma vez que são dadas mais oportunidades de trabalho aos homens”.
Para finalizar, à pergunta, como acha que são vistas as mulheres vítimas de violência doméstica pela sociedade em geral, a entrevistada refere, “que a nossa sociedade cada vez mais perde valores, a sua ignorância rege-se pelo facto de não existir interajuda para com os outros. Estamos cada vez mais numa sociedade que é conduzida apenas por juízos de valor. A prova disto é o próprio“sistema” de proteção que envolve a vítima de violência doméstica, na minha opinião, é a primeira a discriminar a própria mulher e, explico o porquê de pensar assim, pelo facto de ser a vítima a ter de sair de casa e, em muitas das vezes sem ninguém (amigo ou familiar) para a apoiar, outro exemplo, encontra-se presente nas várias tentativas de denuncia feitas pela vitima que faz com que muitas das vezes não sejam levadas a sério, entre outros exemplos e, para isso não encontro nenhuma resposta social, apenas vejo, o apontar de um dedo”.

Entrevista realizada por Lisete Medeiros
Publicado na página Igualdade XXI no jornal Diário Insular de 19 de Dezembro de 2012.

Marcha Mundial de Mulheres “Mensagem numa garrafa”


Integrada nas iniciativas realizadas pela UMAR Açores (Associação para a Igualdade e Direitos das Mulheres) / CIPA (Centro de Informação, Promoção e Acompanhamento de Politicas de Igualdade), no âmbito da campanha “24 Horas de Acção Feminista pelo Mundo” da Marcha Mundial de Mulheres (MMM), a Delegação da Ilha Terceira divulgou uma mensagem contendo a versão resumida da Carta Mundial das Mulheres para a Humanidade. Neste documento, redigido pelo referido movimento internacional de mulheres, constam os princípios que regem a MMM: a liberdade, a igualdade, a justiça, a paz e a solidariedade, assim como um alerta para os direitos das mulheres e para as opressões que estas vivem pelo mundo, desde a crise económica e o impacto que esta tem nas suas vidas à violência que sobre elas é exercida. De forma simbólica, a referida mensagem foi entregue em mãos a uma velejadora de nacionalidade suíça, ancorada na marina da Praia da Vitória que irá levá-la consigo até ao seu destino, onde dará continuidade a uma cadeia, passando a outra pessoa e assim sucessivamente, de modo a manter a Carta Mundial das Mulheres para a Humanidade a circular pelo mundo.
Esta acção decorreu no dia 10 de Dezembro, dia Internacional dos Direitos Humanos.

Publicado na página Igualdade XXI no jornal Diário Insular de 19 de Dezembro de 2012.
 
 

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Marcha Mundial de Mulheres. Reportagem RTP Açores


Iniciativa da UMAR Açores / CIPA
no âmbito da Marcha Mundial de Mulheres
Reportagem no telejornal da RTP Açores de 10 de Dezembro de 2012
 

 
 

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Marcha Mundial das Mulheres “Mensagem numa garrafa”


Integrada nas iniciativas a realizar pela UMAR Açores (Associação para a Igualdade e Direitos das Mulheres) / CIPA (Centro de Informação, Promoção e Acompanhamento de Politicas de Igualdade), no âmbito da Marcha Mundial de Mulheres (MMM), a Delegação da Ilha Terceira vai lançar ao mar seis garrafas de vidro com uma mensagem relativa a este movimento de mulheres que tem uma expressão mundial. Pretende-se, com um gesto simbólico, divulgar a missão da MMM e fazer chegar, quem sabe, a outro(s) país(es) esta mensagem. A iniciativa tem lugar no dia 10 de Dezembro, dia Internacional dos Direitos Humanos, entre as 12h e as 13h, em vários miradouros da Ilha. Na mensagem (escrita em português e inglês), além da referência feita à MMM e aos seus princípios, são dadas algumas indicações como o contacto da UMAR Açores e a intenção de que seja criada uma cadeia, ou seja, quem encontrar a mensagem deverá informar a Associação e lançá-la novamente de modo a que esta continue o seu percurso.  

 
 
A Carta Mundial das Mulheres para a Humanidade
 
Nós, as mulheres, há muito tempo marchamos para denunciar e exigir o fim da opressão que vivemos por sermos mulheres e, para afirmar que a dominação, a exploração, o egoísmo e a busca desenfreada do lucro produzem injustiças, guerras, ocupações, violências e devem acabar.
Estamos construindo um mundo no qual a diversidade é uma virtude; tanto a individualidade como a coletividade são fontes de crescimento; onde as relações fluem sem barreiras; onde a palavra, o canto e os sonhos florescem. Esse mundo considera a pessoa humana como uma das riquezas mais preciosas. Um mundo no qual reinam a igualdade, a liberdade, a solidariedade, a justiça e a paz. Este mundo nós somos capazes de criar. Constituímos mais da metade da humanidade. Damos a vida, trabalhamos, amamos, criamos, militamos, nos divertimos. Garantimos atualmente a maior parte das tarefas essenciais para a vida e a continuidade da humanidade. No entanto, nessa sociedade continuamos sendo oprimidas.
A Marcha Mundial das Mulheres, da qual fazemos parte, identifica o patriarcado como sistema de opressão das mulheres e o capitalismo como sistema de exploração de uma imensa maioria de mulheres e homens por parte de uma minoria.
Esses sistemas se reforçam mutuamente. Eles se enraízam e se conjugam com o racismo, o sexismo, a misoginia, a xenofobia, a homofobia, o colonialismo, o imperialismo, o escravismo e o trabalho forçado. Constituem a base dos fundamentalismos e integrismos que impedem às mulheres e aos homens serem livres. Geram pobreza, exclusão, violam os direitos dos seres humanos, particularmente os das mulheres, e põem a humanidade e o planeta em perigo.
 
Nós rejeitamos esse mundo!
Propomos construir outro mundo, onde a exploração, a opressão, a intolerância e as exclusões não existam mais; onde a integridade, a diversidade, os direitos e liberdades de todas e todos são RESPEITADOS.
 
 
 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

MENSAGEM



“Tinha 24 anos quando conheci alguém na minha vida. Para mim foi amor à primeira vista, namorámos e ficámos noivos e por fim casámos. Deste casamento nasceram dois filhos, um menino e uma menina, com muito amor da minha parte. Ao fim de um tempo o príncipe acabou. Começaram os insultos, os maus-tratos, mas como eu o amava pensei que talvez acabasse. Mas não acabou, só piorou. Fiquei sem pais, estes faleceram, sozinha continuei casada, tinha dias bons, tinha dias maus… Quando vinham os bons pensava que tudo ia mudar e que não mais me maltratava. Os filhos cresceram e os maus-tratos para eles também, a ponto de eu pensar no suicídio, que talvez fosse a minha salvação, para a dor que eu tinha. Mas uma luz, um pensamento surgiu que a minha vida tinha que mudar. Depois de um desentendimento, ele saiu de casa e eu fiquei com os meus filhos. Foi a melhor época da minha vida, vivíamos os três em família. Depois regressou e eu tive que sair. Fui para casa de um familiar que me apoiou muito e a quem muito agradeço. Hoje sou feliz com os meus filhos, estamos numa casa sozinhos, pobre mas feliz. Venho por este meio dizer que tem que se ter força, é muito difícil mas tem que se pensar nos nossos filhos e em nós. Temos direito a ter valor e não ser aquilo que nos chamaram. Quero agradecer a toda a gente que me ajudou, pessoas amigas, família, instituições. E que a vida não acaba por seres vítima, apenas recomeça uma vida nova... E que a justiça se faz!”
Maria
 
Publicado na página Igualdade XXI no jornal Diário Insular de 1 de Dezembro de 2012.
 

KRAV MAGA – Workshop de Defesa Pessoal para Mulheres


Teve lugar no passado dia 27 de Outubro, na Escola de Krav Maga da E.S.J.E.A. de Angra do Heroísmo um Workshop de defesa pessoal exclusivamente direccionado para mulheres. Este partiu de uma iniciativa da UMAR Açores/ CIPA, em parceria com a referida escola, e contou com a orientação técnica do instrutor federado Rui Ferreira. Participaram utentes, associadas e técnicas da UMAR Açores/ CIPA, assim como outras interessadas.

O KRAV MAGA (“combate próximo”, em hebraico) é uma modalidade criada por Imi Lichtenfeld no final dos anos 40, com o objectivo de se tornar um sistema de defesa pessoal do exército israelita. Dada a sua eficácia, esta técnica de auto-defesa foi alargada a todo o mundo, sendo introduzida na Europa por Richard Douieb. Acabou por se tornar uma modalidade acessível a todas as pessoas, de modo a que qualquer cidadão e cidadã tivesse a possibilidade de se proteger em situações ameaçadoras. Este Workshop teve como objectivo trabalhar estratégias de prevenção e defesa perante situações de perigo como ameaças, ataques fortuitos, violação, entre outros.

A todas/os as/os interessadas/os em inscrever-se nesta modalidade, os treinos decorrem na sala de ginástica (piso 0) da Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade em Angra do Heroísmo, às terças e quintas das 17h45 às 18h45 e das 18h45 às 20h00, aos sábados das 12h30 às 13h30. Mais informações em www.kravmagaportugal.com.

Ao instrutor Rui Ferreira o nosso agradecimento pela atenção e disponibilidade que manifestou desde logo para com esta iniciativa.

Publicado na página Igualdade XXI no jornal Diário Insular de 1 de Dezembro de 2012.
 
 

Volta à Ilha Terceira contra a violência doméstica

Divulgação dos serviços da UMAR Açores na Ilha Terceira


No âmbito do plano de actividade da UMAR Açores / Cipa para o ano de 2012, realizou-se na passada segunda feira dia 26 de Novembro uma caravana automóvel intitulada Volta à Ilha Terceira contra a violência. Com esta iniciativa pretendeu-se assinalar o Dia internacional pela eliminação da violência contra a Mulher – 25 de Novembro.
 
Publicado na página Igualdade XXI no jornal Diário Insular de 1 de Dezembro de 2012.