quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Destaque do Mês de Dezembro de 2011

Isabel Santos

“A Mulher sapateira”


Isabel Maria Faria Morais Santos, natural da ilha terceira, tem 47 anos de idade e é reparadora de calçado. A Senhora Isabel além de ser uma senhora sorridente e simpática, é também conhecida por muitos cá da ilha como “A mulher sapateira”.
A Sra. Isabel começou a sua profissão com apenas 11 anos de idade. Esta após ter terminado a 4ª classe, foi trabalhar para o Sr. João Dias. No início, o seu trabalho era somente anotar os nomes e os pedidos dos clientes. Mais tarde, acabou por realizar os pedidos do Sr. João, visto este não ter muito tempo disponível, pois para além de ser sapateiro era também policia. Como não era muito vulgar existir mulheres a trabalhar nesta área, os clientes pensavam que a Sra. Isabel era sua filha e por isso não recusavam os seus serviços. Á medida que ia tendo mais trabalho, o senhor João dizia em tom de brincadeira que a Sra. Isabel não conseguia fazer tais tarefas, isto ainda a motivou a avançar cada vez mais nesta profissão. Hoje, já conta com 36 anos de trabalho nesta área.
Quando começou nesta profissão esta não tinha nenhuma ideia sobre a arte de fazer e reparar sapatos. Hoje em dia a Sra. Isabel sabe o quanto é difícil fazer um bom sapato, um sapato como se fazia antigamente. “Hoje em dia, os sapatos são muito fraquinhos, são de plástico, estes são muito fáceis de fazer e de reparar. Os sapatos bons, aqueles que são resistentes ao tempo e às diversidades dão muito trabalho a fazer, pois necessitam de muito empenho”.
De facto, a Sra. Isabel refere que as dificuldades que enfrenta diariamente são a existência de sapatos muito baratos no mercado, os ditos sapatos de plástico e não tanto a discriminação pelo facto de ser mulher. A Sra. Isabel refere que a sua credibilidade nunca foi posta em causa pelo facto de ser mulher. “Os que conhecem o meu trabalho dão-me imensa credibilidade, talvez os velhotes mais antigos tenham algumas dificuldades pelo facto de ser mulher e muitas vezes estes recusam-se a entregar-me os seus sapatos, mas em geral as pessoas, depois de conhecerem o meu trabalho dão-me imensa credibilidade. Nos Açores, sou a única mulher nesta profissão. Tenho clientes de todas as ilhas e todos me tratam muito bem. No Faial houve uma situação engraçada uma pessoa dirigiu-se a mim referindo que admirava o meu trabalho, não só por ser a única mulher açoriana nesta área mas também pelo meu profissionalismo.”Por todas estas razões, a Sra. Isabel encontra-se feliz, satisfeita e de consciência tranquila com o seu trabalho no entanto, esta tem alguma pena de não haver mais mulheres nesta arte e a única desvantagem que vê actualmente na sua profissão é o facto de existir no mercado sapatos demasiados baratos com qual é impossível competir. “Os sapatos que fabrico de origem são de qualidade e difíceis de fazer, por exemplo os sapatos para os grupos folclores, tenho pedidos de todas as ilhas. Os arranjos são mais fácies de fazer, mas infelizmente tem-se tido cada vez menos pedidos para arranjos, isto porque como temos no mercado o sapatos de origem chinesa que é muito barato, por vezes as pessoas preferem ir comprar um sapato novo e barato de que arranjar os que têm lá em casa”. Termina dizendo que apesar da actual concorrência “Nesta profissão é importantíssimo ser-se profissional e não se ser explorador, hoje em dia muitos sapateiros pedem imenso dinheiro pelos serviços prestados. Se fazemos tal coisa não estamos a ser profissionais".

Mariana Ornelas, Psicóloga da UMAR Açores Delegação da Terceira

Publicado na Página Igualdade XXI no Jornal Diário Insular de 28 de Dezembro de 2011

Dia Internacional das Pessoas com Deficiência

“A verdadeira deficiência é aquela que prende o ser humano por dentro e não por fora, pois até os incapacitados de andar podem ser livres para voar” (Thaís Moraes).



No passado dia 3 de Dezembro comemorou-se o dia Internacional das Pessoas com Deficiência. Esta data é promovida pelas Nações Unidas desde 1998, desde então, este dia tem como objectivo principal a promoção e uma maior compreensão da sociedade civil, relativamente aos assuntos relacionados com a deficiência.
No mundo, segundo dados das Nações Unidas, cerca de 10 % da população, ou seja, 650 milhões de pessoas, vivem com deficiência. São a maior minoria do mundo. Este número tem vindo a aumentar, devido ao crescimento demográfico da população, aos avanços da medicina e ao processo de envelhecimento. Nos países onde a esperança média de vida é superior a 70 anos, cada indivíduo viverá em média 8 anos com uma deficiência, isto é cerca de 11,5 % da sua existência.
Apesar destes números serem significativos, as pessoas com deficiência continuam a ser ignoradas pela sociedade civil. Estas pessoas sofrem diariamente, muitas encontram-se escondidas longe da sociedade sem saberem quais são os seus direitos. Segundo as Nações unidas, a taxa anual de violência contra crianças com deficiência é pelo menos 1,7 vezes mais elevada do que a relativa aos seus pares não deficientes. Apelidadas de cidadãos invisíveis, as pessoas com deficiência situam-se entre os estratos mais pobres da sociedade. Segundo a UNICEF 30% dos jovens que vivem na rua são deficientes.
Se é difícil para os homens com deficiência viverem numa sociedade que ignora os seus direitos humanos, para as mulheres com deficiência a situação é intolerável.
As mulheres com deficiência sofrem múltiplas desvantagens, incluindo a exclusão devido ao seu sexo e deficiência. Estas sofrem em silêncio todo o tipo de abusos, são privadas do acesso à educação, ao emprego, à participação cívica, à sexualidade e à maternidade. Estes abusos começam muitas vezes no seio da família alargando-se depois às instituições. Um estudo realizado em Orissa (Índia), em 2004, mostra que quase todas as mulheres e raparigas com deficiência eram agredidas fisicamente em casa, 25% das mulheres com uma deficiência mental tinham sido violadas e 6% das mulheres com deficiência haviam sido esterilizadas à força.
Em Portugal, estas situações acima descritas são igualmente frequentes, muitos destes cidadãos invisíveis vivem em condições terríveis, como situações de isolamento, solidão e violência. Infelizmente, as pessoas não estão sensibilizadas para os problemas das pessoas com deficiência. É urgente começar a reivindicar as questões dos homens e mulheres com deficiência no contexto social e político.

Publicado na Página Igualdade XXI no Jornal Diário Insular de 28 de Dezembro de 2011

9 Horas pela Igualdade



Alto das Covas - Angra do Heroísmo

Organizado pela ACM - Associação Cristã da Mocidade em parceria com a UMAR Açores / CIPA, a Casa do Povo do Porto Judeu e a Associação de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente de Angra do Heroísmo, assinalou-se no passado dia 3 de Dezembro o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.
À semelhança do que aconteceu um pouco por todas as ilhas dos Açores, realizaram-se diversas actividades, com destaque para uma caminhada simbólica desde a zona da Silveira ao Alto das Covas, local onde se encontravam vários expositores com comes e bebes e alguns trabalhos de utentes de instituições que trabalham com este público em especial. Esta iniciativa contou ainda com a participação musical de Kit, André Narval e da Tuna TAESEAH entre outros.

Publicado na Página Igualdade XXI no Jornal Diário Insular de 28 de Dezembro de 2011

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Dia Internacional da Pessoa com Deficiência - 3 de Dezembro

Caminhada 9 Horas pela Igualdade

PROGRAMA

10:30 Concentração (Siveira – Angra do Heroísmo)
Distribuição de t-shirts gratuita

11:00 Início da Caminhada pela Igualdade
Percurso: Silveira / Fanal / Av. Tem. Coronel José Agostinho /
Alto das Covas / Rua da Sé / Praça Velha / Alto das Covas

12:00 Actividades alusivas ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência
(Alto das Covas)
Sensibilização
Roda-paper - conforme o número de inscrições
Mostra e venda de produtos

13:00 Actuação da tuna NEPTUNA (Alto das Covas)

14:00 Actuação do Grupo “MUTE” da EBI dos Biscoitos (Alto das Covas)

16:00 Actuação de ANDRÉ NARVAL (Alto das Covas)

17:00 Actuação da tuna TAESEAH (Alto das Covas)

18:00 Encerramento

Divulguem e participem